Cidades de Papel... Que eu amo comédia romântica todo mundo sabe (ou não), ainda mais por A culpa é das estrelas ter mexido tanto com meus feelings, fiquei ansiosa por esse filme, mesmo não tendo lido Cidades de Papel. Então essa resenha vai ser com base no que eu assisti do filme (mas já quero providenciar o livro também, preciso saber do final de ambos que, pelas críticas, foi bem polêmico).
O filme começa com Quentin, um garoto meio nerd que nutre um amor desde criança pela sua vizinha Margo, contando que para toda pessoa no mundo existe pelo menos um milagre pra cada uma, seja ganhar na loteria, fazer cesta no último segundo das finais da NBA, casar com a rainha da Inglaterra ou até mesmo... gostar de uma garota - que era o seu caso.
"Tudo é mais feio de perto."
"Você não."
Quando crianças eles eram bem mais próximos. Agora que estavam no High School, Margo era namorada de um dos caras mais populares do colégio e tinha um círculo de amigos bem diferente dos de Quentin. Mesmo assim o seu amor continuava ali, ainda que fossem pessoas tão diferentes: Quentin tinha em mente todo o seu futuro planejado e acreditava que era lá que ele seria feliz de verdade, enquanto Margo era uma garota que sempre gostou de desvendar mistérios e viver grandes aventuras todos os dias.
"Ela amava tanto os mistérios que acabou se tornando um."
Quando Quentin decide finalmente que esqueceria Margo, entraria pra faculdade de Medicina e conheceria novas pessoas, tudo muda e vai por água abaixo quando, certa noite, Margo invade pela janela o seu quarto e o propõe a viver a melhor noite da vida dele, mas para isso ele teria que ser o "motorista" de uma fuga que ela planejou pra se vingar de seu ex-namorado que a traiu com sua melhor amiga. Ele recua, mas, ao ouvir "EX-namorado", topa na hora! E é aí que a história começa...
Juntos saem pregando peças bem cruéis com aqueles que, de certa forma, traíram Margo. Em uma das fugas Quentin diz que pode sentir seu coração saindo do peito, e Margo retruca dizendo que é exatamente assim que ele sabe que está se divertindo. Ao final da noite eles se despedem com um abraço na esperança de Quentin de que a partir daquele momento tudo iria mudar entre eles, mas a mudança que Margo queria vinha dela mesma, uma vez que, antes de voltarem pra casa, ela explica no edifício de um banco chamado Sun Trust com vista panorâmica pra toda a cidade que aquela cidade é uma cidade de papel, com casas, ruas e pessoas de papel, ou seja, com indivíduos e sentimentos vazios, sem sentido, pois não se preocupam com nada do que realmente importa, como se tudo não passasse de uma mera ilusão do que é (ou deveria ser) a verdadeira realidade, pelo fato das pessoas enxergarem apenas o que elas querem - e era exatamente assim que Margo se sentia.
E foi exatamente por sentir estar vivendo uma mentira que decidiu desaparecer (e não fugir) logo no dia seguinte, deixando todos preocupados, inclusive, óbvio, Quentin. Mas ele descobre casualmente uma pista deixada por Margo e isso o faz ir à sua busca até o fim, com ajuda dos seus dois melhores amigos, a namorada de um dos amigos e a amiga de Margo que, ao contrário do que Margo havia pensado, não a tinha traído.
Eles pegam a estrada e vão a caminho de uma cidade de papel onde Margo havia escolhido ficar, que era há uns 1900 km de onde moravam. Traçam uma meta para voltarem antes do baile de formatura (PROM) e a parte da viagem foi uma das que eu mais gostei, com direito à participação especial do nosso queridinho Ansel Elgort ♥ Eu amei quando o vi, tive que dar replay, haha!
Então quando finalmente eles chegam na suposta casa onde Margo estava durante todo esse tempo, adivinha só? Ela não estava lá! Todos procuraram por ela e esperaram durante um tempo, até que os amigos de Quentin começaram a avisar para que voltassem logo, pois caso contrário não chegariam a tempo do baile. Mas Quentin recusa e diz que ficaria lá até encontrar Margo, eles acabam brigando por isso e foi muito triste depois de toda a aventura que passaram juntos para chegarem até ali...
Ele continua esperando e eu quase chorei nessa parte, pois ele demorou tanto pra decifrar as "pistas" e nada da Margo aparecer... Até que ele acaba desistindo e vai para uma lanchonete comprar comida pra levar durante a viagem de volta. E de repente a vê com um livro na mão passando por ali. Ele corre atrás dela e é o grande momento do filme que você fica tenso, sabe? E mais tenso ainda quando percebe que não foi um encontro "épico" como estávamos esperando e acho que isso foi o que tornou o filme especial e ao mesmo tempo o motivo de ter gerado tantas críticas. Ela ficou surpresa ao vê-lo ali e ele ficou surpreso por vê-la que ela estava surpresa por isso! Pois achava que ela havia deixado as pistas para que ele fosse atrás dela, sendo que ela na verdade só deixou para que ele soubesse que ela estava bem - ela não queria que ele tivesse ido atrás dela!
Até aí eu ainda estava um pouco confusa tentando entender aonde aquilo tudo ia dar, e foi quando ela disse que ela percebeu que também era uma daquelas pessoas de papel que havia falado e, se estava naquele lugar hoje, era por justamente não saber a pessoa que era.
"Eu não tenho ideia de quem eu sou."
Eles se despedem com um beijo e Margo diz que ele pode ir com ela se quisesse. Ele responde que aquilo era tudo o que sempre sonhou em ouvir... Mas que precisava voltar.
"Como é enganador pensar que uma pessoa é mais do que uma pessoa."
E a partir daí Quentin descobre que Margo não era um milagre como ele havia em mente, nem algo delicado e precioso... Margo era uma garota. E tudo o que ele fez foi idealizá-la de forma que a sua felicidade e vida de aventuras dependesse somente dela. E é quando percebe que já estava vivendo uma aventura! Ele vai ao PROM e vê que sua aventura era justamente essa... Seus amigos:
Nessa parte eu já estava chocada, eu me surpreendi muito. No início eu achava que a Margo estava fazendo ele "acordar" e bolou aquela fuga com pistas para que ele vivesse uma aventura, mas, de certa forma, mesmo não sendo o objetivo dela, deu certo. Como eu disse, eu não li o livro, mas pelas críticas sei que o final não foi o mesmo e isso gerou decepção aos que leram, talvez por A culpa é das estrelas ter sido a cópia visual do livro, as pessoas estavam esperando por uma coisa e receberam outra. Eu entendo, mas acho que as pessoas deveriam interpretar o filme e entender a moral que ele quis passar, sabe? A mensagem de que você não precisa ganhar na loteria, fazer cesta no último segundo das finais da NBA ou casar com a rainha da Inglaterra pra viver uma grande aventura, conhecer pessoas excepcionais e criar memórias incríveis. Você vive a aventura que tanto sonha todos os dias, só não consegue ver por estar focado em algo seja idealizado ou que está no futuro. Somente viva o presente antes que seja tarde demais... O final deixa isso muito claro e explícito, eu ainda não entendi como as pessoas podem não ter gostado. Eu sei que na prática tudo isso é muito mais difícil do que na teoria, mas é bom tentar resolver de uma vez por todas o que o impede de ser feliz agora pra que você seja feliz agora!
"Você tem que se perder antes de se encontrar."
Esse final me lembrou instantaneamente do filme 500 dias com ela, ainda mais quando vi as pessoas dizendo que a Margo, assim como a Summer, foi "má" ou "cruel" com o Quentin (ela fez com que ele justamente acordasse pra vida, gente!), sendo que esse não é o ponto da história... Eu fui pesquisar e descobri que os roteiristas de Cidades de Papel são os mesmos que fizeram 500 dias com ela e me senti muito incrível quando vi que tinha alguma ligação por trás disso tudo, hahaha =P Bom, mas deixa 500 dias com ela ficar para uma outra resenha.
Além de tudo isso, o filme tem partes muito engraçadas que me fizeram rir muito, mas gargalhada mesmo! Quando por exemplo o amigo do Quentin dá um gritinho do tipo "puts grila, é agora que eu vou morrer", quando estavam em busca de pistas da Margo em uma casa abandonada e ouvem um barulho estranho.
— E então você será feliz? Quando tiver 30, daqui 12 anos? Casado, filhos, uma carreira. Então será feliz. É isso mesmo que está dizendo?
— Sim. Acho que sim.
— Não há nada que te faça feliz agora? É a coisa mais triste que já ouvi.
Sammy Iglesias
